Sumário do projeto:

As alterações climáticas (AC) afetam as sociedades e condicionam as suas atividades económicas, sendo um desafio exigente e de consequências potencialmente nefastas. Embora os efeitos das AC possam ser diferenciados por sector de atividade ou localização geográfica, prevalece uma nova ordem ecológica e económica marcada pela interdependência das sociedades humanas à escala planetária, e o turismo é uma das expressões dessa crescente interdependência, o que lhe confere máxima importância. As AC, designadamente as que respeitam ao aumento da temperatura média do ar, às ondas de calor e a períodos de seca, afetam comprovadamente o turismo e a sua rentabilidade.

O projeto AC:T pretende criar um método integrado para apoiar a decisão dos empresários do sector no sentido da integração da adaptação às AC, pare evitar que estas provoquem perda de competitividade empresarial ou desfiguração da qualidade do serviço hoteleiro prestado. O método suporta-se em modelos consistentes de observação do desempenho de infraestruturas hoteleiras existentes e em cenários climáticos e socioeconómicos concebidos para estudar por simulação o impacto da AC e para possibilitar a avaliação da resiliência dos empreendimentos, bem como para procurar indicadores de vulnerabilidade. A observação proposta é interdisciplinar e pressupõe a realização de auditorias energéticas, hídricas e sócio-organizacionais em 8 hotéis (Algarve e Lisboa). O levantamento e sistematização de boas práticas é um dos objetivos, com o qual se pretende produzir uma brochura a divulgar pelo sector hoteleiro, realizando ainda ações de capacitação. O desenvolvimento de uma decision tool deverá contribuir para facilitar a adoção de medidas de adaptação às AC e de mitigação dos seus efeitos.

O projeto mobiliza dois Laboratórios de Estado, a entidade supervisora da eficiência energética dos edifícios, uma entidade gestora de infraestruturas urbanas, uma associação nacional representativa da hotelaria portuguesa, bem como um conjunto significativo de empresas que, no conjunto, possuem cerca de uma centena de unidades hoteleiras. O modelo de gestão adotado, fortemente participativo, dá garantias quanto ao cumprimento dos objetivos que subjazem ao AdaPT, e orienta a qualificada equipa de investigadores para responder às necessidades e às prioridades identificadas na ENAAC, designadamente no que ao turismo respeita.