Sumário do projeto:

 

O projeto que propomos terá lugar no concelho de Monchique, numa zona montanhosa do Algarve Interior. É uma zona muito propensa a incêndios florestais e sujeita à desertificação, onde a população do concelho é abastecida através de água subterrânea, por um sistema constituído principalmente por furos horizontais e nascentes/galerias, extremamente vulnerável à variabilidade meteorológica. Segundo as últimas previsões do IPCC, surgirão mudanças no regime de precipitação, sendo provável a ocorrência de períodos perlongados sem precipitação, que poderão levar a problemas no normal funcionamento do abastecimento público. O principal objetivo do projeto será aumentar a resiliência deste sistema, procurando melhorar a segurança no abastecimento.

 

Prevemos a construção de um sistema de recarga artificial, aproveitando algumas estruturas já existentes (açude), e conduzindo e infiltrando o excedente hídrico durante a estação chuvosa no local e no tempo certo, de forma a disponibilizá-lo nas captações de água subterrânea durante a estação seca. Este projeto irá funcionar como um teste piloto para se determinar os seus benefícios e a sua viabilidade económica para a replicação noutras localidades com sistemas de abastecimento semelhantes, muito comuns nas regiões montanhosas ibéricas.

 

A construção das estruturas de recarga irá favorecer a envolvente ambiental e florestal através da promoção/criação de zonas húmidas, funcionando como um corredor ecológico, promovendo a biodiversidade na área. A promoção da disseminação do conhecimento científico é outro dos objetivos, prevendo-se a realização de duas conferências para publicação dos resultados, a publicação de um livro e ainda a sinalização do local, com informação cientifica adequada.

 

O promotor deste projeto é a TARH, uma empresa de consultadoria especializada em Recursos Hídricos já experiente em projetos de recarga artificial e contará com a participação dos seguintes parceiros: (i) a CMMonchique, que pretende melhorar a segurança e qualidade no abastecimento de água, aumentando a eficiência das captações,e a substituição de uma área de eucaliptal por floresta autóctone), (ii) O Instituto Norueguês de Floresta e paisagem (Skogoglandskap) especializado em gestão florestal que estudará as implicações da operação na fileira florestal, nomeadamente quanto ao risco de incêndios florestais) (iii) CCMAR que será responsável pela monitorização e avaliação de impactes na biodiversidade na zona intervencionada.