Para que serve uma passagem para peixes?
As passagens para peixes são construídas com o objetivo de reduzir o efeito barreira causado pela existência de estruturas transversais, permitindo que os peixes consigam subir ou descer os rios e aceder às zonas de refúgio, alimentação e reprodução.
Estas estruturas, criadas artificialmente pelo Homem, constituem percursos alternativos ao curso de água original, utilizados pelos peixes para ultrapassar obstáculos intransponíveis ou dificilmente transponíveis.
Em Portugal é possível encontrar os seguintes tipos de passagens para peixes:
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Bacias sucessivas
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Eclusas
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Ascensores
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Passagens naturalizadas
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Esquema de uma passagem de bacias sucessivas e açude de Bragadas (Santo, 2005).
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Esquema de uma passagem naturalizada (Santo, 2005) e açude de Palheiros (Universidade de Évora, 2016).
Esquema de uma eclusa (Santo, 2005) e barragem da Régua (APA).
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Esquema de um ascensor (Santo, 2005) e barragem do Touvedo (APA).
Adicionalmente, o Açude-Ponte de Coimbra encontra-se munido de uma passagem específica para enguias (não representada nas imagens), instalada em contexto experimental e que é igualmente alvo de monitorização para avaliação da eficácia.
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O tipo e as características de cada passagem para peixes são diferentes de caso para caso, não sendo possível estabelecer uma solução-padrão que sirva para todas as situações. A solução a implementar depende das espécies-alvo, do local, das características da barragem ou açude e do seu regime de exploração.
As passagens para peixes, mesmo quando funcionam de forma adequada, apenas reduzem os impactes causados sobre os peixes; estas estruturas não eliminam completamente os efeitos negativos provocados pelas barragens e açudes.
Bibliografia:
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Santo, M. 2005. Dispositivos de passagens para peixes em Portugal. Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, Direcção-Geral dos Recursos Florestais, Lisboa, Portugal.
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Universidade de Évora. 2016. HABITAT RESTORATION FOR DIADROMOUS FISH IN RIVER MONDEGO, PORTUGAL.